terça-feira, 25 de agosto de 2009

Palestra com o Prof. Moacir

Clique na imagem para ampliar o cartaz.






sábado, 22 de agosto de 2009

Feedback do Seminário com Signates

O seminário ocorrido no fim de semana passado, na sede do IETRD, foi uma oportunidade ímpar para a mais elevada reflexão filosófica em torno da temática da fraternidade na seara espírita a partir da perspectiva de filósofos contemporâneos nossos, em diálogo com a Filosofia Espírita e com o Cristianismo do Cristo.

O pensador espírita e pesquisador do campo da Comunicação, Luiz Signates (GO), levou o público presente a raciocinar em torno da radicalidade cristã da alteridade, sua convergência com o pensamento espírita e, também, sobre os desafios que ela apresenta ao egoísmo e à negação da diferença, tão enraizada na tradição do pensamento moderno.


O público, com 110 pessoas, prestigiou o evento organizado pela equipe do IETRD manifestando, na participação, o apoio e o gosto da prática de se pensar em conjunto os postulados espíritas enraizados em nossa vida cotidiana.

Na ocasião tivemos várias sociedades espíritas representadas e a presença amiga de
colaboradores do movimento espírita organizado.

Caso queira maiores informações sobre a temática Alteridade a luz do Espiritismo, leia a postagem anterior em nosso blog. E, logo a seguir você pode ver algumas manifestações dos presentes.

Feedback de participantes:

"Decidi fazer um comentário geral sobre o belíssimo evento que, tenho certeza, agradou e também alegrou a todos nessa linda tarde de domingo, tão bem aproveitada por todos os presentes. Devo dizer que essa Casa e quem organizou esse Seminário, realmente merecem sinceros aplausos de todos os que o assistiram, pois além de ter sido um grande aprendizado foi selado com o brinde do extraordinário Tenor que , sem dúvida, emocionou a todos. (Dilva)

"SEMINÁRIO - Achei ótimo. Luiz Signates tem um conhecimento genial, possui um grande carisma para conquistar a atenção dos ouvintes. Responde com conhecimento de causa. A única coisa que faltou, realmente, foi tempo. Era preciso mais tempo para poder haver maior debate. As perguntas foram respondidas em âmbito geral e muitas eu gostaria que tivesse sido mais diretamente ao que constava na pergunta. Infelizmente sei que foi impossível. Mas ele foi extraodinário. Parabéns à direção do INSTITUTO ESPÍRITA 3ª REVELAÇÃO DIVINA. Todos os que foram comigo só deram elogios. Não pude esperar a chegada do tenor, por isso não posso dar opinião. Só temos a agradecer. Abraços, Walkíria"

"Quanto à organização o evento foi perfeito, a recepção calorosa, o lanche, o tempo de duração da palestra.Talvez seja interessante, para uma próxima oportunidade, verificar a compatibilidade das máquinas, a fim de otimizar o tempo.O palestrante provou ser uma voz que interessa a todos que buscam na doutrina Espírita uma base para a transformação da sociedade.Em relação ao tenor, foi uma experiência estética que dificilmente podemos desfrutar no mundo da virtualidade.Ouvir a música da voz de um artista (ao vivo) nos transporta, faz com que nossa alma, que ao longo de toda a tarde esteve conectada com questões mais práticas, pudesse desfrutar de um momento de deleite. Excelente a proposta de encerrar um seminário com uma apresentação desta natureza. Mais uma vez quero agradecer a oportunidade de aprendizado e convívio fraterno (até no sentido da alteridade)" (Maria do Carmo)

"Seminário: Pontos fortes: A independência de Luiz Signates com relação às "correntes" no espiritismo. Sua abordagem forte e clara sobre a alteridade e a fraternidade. Esses dois aspectos precisam ser mais debatidos para serem compreendidos em profundidade; Pontos fracos: Faltou testar o equipamento para a apresentação. Sobre a apresentação do tenor: Pontos fortes: Magnífica apresentação. Aqueles que permaneceram aguardando-o foram amplamente recompensados pelos momentos de enlevo. Pontos fracos: Não foi observado. Parabenizo a equipe diretiva do IETRD pela bela iniciativa, realizando esse evento que propicia momentos para reflexões, sempre muito bem vindas ao Movimento Espírita, na minha ótica." (Salerno)

"(...) Em tempo quero acrescentar o que todos reconheceram em pontos fortes: A capacidade de elocução do palestrante; a facilidade em expor o tema, demonstrando o domínio do assunto; a postura correta, a boa dicção, a flexibilidade e naturalidade em superar as dificuldades ocorridas com o aparelho; a objetividade em responder as perguntas, colocando o que não ficou muito claro; a dinâmica de perguntas e respostas (proporcionando ao público a oportunidade em participar para acrescentar e também discordar); manteve-se atento ao tempo disponível; nota 10 para a resposta ética e imparcial para um participante (acredito que neste momento definiu em poucas palavras o que é alteridade); a organização do evento, a acolhida amorosa e fraterna, a prontidão e atenção nota 10 Aureci/ Olina; equipe de trabalho atuante e solícita, banheiros limpos, lanche gostoso!!!! Pontos fracos: Colocações pessoais e algumas contraditórias, na segunda parte esperava uma abordagem maior sobre a alteridade de Jesus(empolgou...,mas não emocionou). Parabenizo a iniciativa do Seminário! Um abraço! (Georgina)

"O Seminário foi nota 10. Já de chegada fui recepcionada, bem como todos os outros companheiros de seminário, com atenção e simpatia, de modo que me senti bem recebida, em casa, mesmo estando só e não conhecendo nem a Casa nem outros participantes. Um exemplo bem vivo de fraternidade, em todo o caminho pelo qual todos passaríamos. Havia uma atmosfera agradável de gentileza no ar. As instalações, banheiros, o som , a iluminação , bem como a condução do Seminário e ainda o "brinde" , que foi o chá das 16 horas, com o requinte de chás com especificações "mais quente, menos quente, com açucar, sem açucar" etc. Foi pensado em tudo, havendo uma clara preocupação em receber bem, em todos os detalhes. O Seminário foi muiito bem conduzido , o tema muito interessante, especialmente na segunda parte quando o palestrante foi a fundo na questão proposta, o que deve ter "sacudido" alguma poeira do tempo.... As participações foram enriquecedoras a todos, certamente. So tenho elogios a tecer. O término foi com chave de ouro, sem dúvida, rara oportunidade de apreciar Música deste quilate ao vivo. A apresentação do tenor foi mais um exemplo de fraternidade. Parabenizo aos integrantes do IETRD pela realização! Saudações, Salete"

"Primeiro quero dar PARABÉNS! Pelo Seminário, pela organização, pela tranquildade com c om que tudo ocorreu. Sabemos que por trás de tudo estão; muito trabalho, pesquisas e muitos irmãos da casa envolvidos há mais tempo, para nos proporcionar algo de tão alta qualidade. O ponto forte do Seminário foi sem dúvida nenhuma o Palestrante Luiz Signates, que nos enriqueceu com sua sabedoria e nos emocionou com relatos de sua vivência. Gostei principalmente quando falou de MESMIDADE, dizendo que " nós" não é plural de "eu". Que somos diferentes e mudamos o tempo todo. Precisariamos de mais tempo, (um dia inteiro, talvez dois dias). Mais eventos como esse. (Somente o tempo, que foi pouco, na minha opinião, seria um ponto fraco.) Mas que foi superado pela eloqüência do Palestrante.

A apresentação do Tenor Pedro Szobot, fechou com chave de ouro o Seminário. Foi um momento de muita emoção. Agradeço a Deus e aos Mentores Espirituais dessa casa e à vocês que nos ofereceram um momento de FRATERNIDADE, cheio de conhecimento e emoção. Que hajam muitos outros. (Neida)

OPINIÃO DE UM VIZINHO: "Aureci, só para saberes, naquela noite maravilhosa e quente curtimos do terraço de casa a fabulosa apresentação do Pedro Szobot. Como o dia estava espetacular, acabamos por ficar no quintal lavando carros e cuidando do jardim, e no fim estávamos completamente embarrados. rsrsrs Não ia dar tempo de tomar banho e ir na sociedade. Aí , eu e minha mulher ficamos no terraço só curtindo. Ela foi às lágrimas. O cara é muito bom mesmo né? Que bom que teve bis de Nessun Dorma! Não é sempre que a gente tem uma oportunidade dessas, de graça, no quintal de casa... Que noite! Parabéns pela iniciativa. Não deixe de me avisar quando tiver outra dessas! Um abraço! Dayan, músico"

A equipe de colaboradores do IETRD agradece a todos e, em especial, a Luiz Signates pela disponibilidade, à direção da Escola Municipal Aramy Silva, que cedeu dois sanitários e seu amplo refeitório para a realização do evento e ao tenor Pedro Szobot que cantou árias operísticas ao som de playback, tendo sido ovacionado demorada e entusiasticamente pela platéia. Szobot nada cobrou pela apresentação que emocionou a todos.

Na postagem abaixo, algumas fotos do evento que igualmente contribuiu para as atividades do DAPS do IETRD, no que toca à arrecadação de 200 kg de alimentos não-perecíveis.

Algumas fotos do Seminário com Signates









sábado, 15 de agosto de 2009

Ética da Alteridade - Luiz Signates


(...)Um aporte teórico que tem sido bastante rico para a discussão filosófica desse estudo das relações sociais, numa perspectiva sócio-interacionista e orientada à busca pela teoria social que melhor se adequaria à proposta espírita de transformação da sociedade, é o da filosofia da alteridade, oferecida pelo filósofo lituano e teólogo judeu Emmanuel Lévinas (lê-se "Levinás", pois este intelectual religioso, desencarnado na década de 80, passou a maior parte da vida na França, tendo publicado a sua densa obra na lingua de Kardec). Para este pensador, a relação que caracteriza o ser humano (ser entendido como verbo e humano, como adjetivo) é a relação ao outro.


O conceito de outro, porém, ultrapassa em Lévinas a da "outra pessoa": é o outro, compreendido como aquilo que não sou eu, isto é, a estranheza, a descoincidência de pontos de vista, a surpresa, ou, em síntese, a diferença. Diz ele que a diferença do outro - que ele chama "o rosto do outro" - se manifesta na forma de escândalo para o eu e o obriga a uma postura ética, a qual deve ser a da aceitação e a do diálogo, pois é na linguagem que as diferenças se encontram sem terem que se reduzir uma à outra, isto é, sem a dominação e a anulação do outro pelo eu. O outro, contudo, para esse autor, não é possível de ser dominado completamente, sem deixar de ser humano. Afirma ele que só de um modo é possível dominá-lo por inteiro: matando-o, mas, então, eis que se o perde completamente...


Com essa idéia, que se desdobra em uma série de interessantes conclusões filosóficas, Lévinas quer romper com uma fenomenologia calcada no império da identidade. Efetivamente, toda a construção social do pensamento moderno é fundamentado na identidade, ou, em termos sociológicos, na sociedade dos iguais. O vínculo social é historicamente dependente da redução do homem a uma ou duas características (a adesão a uma crença ou a uma mundividência, como é o caso do ser espírita, por exemplo) e, em seguida, a marcação das diferenças em relação aos outros surge como motivação para a violência e a exclusão.


Revolucionário, Lévinas propõe genialmente que "nós não é o plural de eu", ou seja, a sociedade, para se caracterizar como humana, não pode ser construída a partir da pretensão de poder e anulação da diferença do outro, pela qual a autoimagem ou a identidade que o eu constrói para si possa ser utilizada como paradigma para a redução dos outros. A anulação do outro ou a consideração da diferença do outro como problema e fonte de violência, ao extinguir o diálogo, rompe com a ética da própria existência humana. Em outras palavras, o outro homem deixa de ser sujeito para se tornar objeto. Qualquer semelhança com a relação sujeito/objeto da epistemologia positivista ou suas sucedâneas não é mera coincidência.


No plano filosófico desta discussão, Lévinas oferece uma impressionante base para a fundação de uma ética da fraternidade, por meio da qual poderemos nos apropriar da teoria habermasiana de sociedade e buscar assim compor uma sociologia crítica do movimento espírita e, enfim, apontar rumos para os processos de comunicação que temos a desenvolver. Assunto suficiente para vários emails futuros, que virão, com certeza, se Deus o permitir.


(...)Por longa data, a fraternidade vem sendo definida, a partir da leitura teológica da vivência cristã pastoril dos apóstolos, como a "solidariedade entre os irmãos" (frater, aliás, significa irmão) ou "irmandade". Fraternidade seria, pois, a característica daqueles que se agrupam em torno de seus ideais e características comuns - e vem daí a idéia de "comunidade".


Essa noção, claro, não foi inventada pelos cristãos. Ela procede filosoficamente dos gregos (é daí que vem a explicação muito vulgarizada de que os homens vivem em sociedade porque têm uma natureza "gregária"; mas isso é uma tautologia, um argumento circular que na verdade nada diz, pois é equivalente a se afirmar que o ser humano enxerga por ter uma "natureza enxergante" ou que anda por sua "natureza andante").


Os gregos, provavelmente, foram os inventores do espaço público (ou esfera pública) enquanto reunião dos iguais, para as deliberações da cidade. Os "iguais", naturalmente, eram os homens proprietários nascidos na cidade. Ao postular a igualdade, como base da democracia, a Grécia antiga instituiu, desde o início, também, que toda igualdade fundamenta-se numa redução a uma ou algumas características para as quais se postula a universalidade, redução essa acompanhada da exclusão das demais características que a ela não se enquadrem. Na democracia grega, por exemplo, mulheres, crianças e escravos eram "coisas" do espaço privado (daí a origem da palavra: "privado" é adjetivo que qualifica aquele que sofre a privação da dignidade pública) e os estrangeiros, bem, estes viviam, como os animais selvagens, no "caos", isto é, no espaço para além das fronteiras da cidade e, por isso, eram denominados de forma generalizada como "bárbaros".


Não foi o cristianismo, mas, certamente, foi Jesus Cristo quem quebrou de forma mais aguda uma percepção da fraternidade como sociedade de iguais. Isso porque, em suas recomendações ao amor, ele jamais sugeriu que "amássemos os semelhantes", como é comum dizermos hoje. Penso, cá comigo, que ele não fez isso por saber, talvez, que os semelhantes e a semelhança deles nós já amamos sem qualquer esforço. Operamos a redução dos outros a uma ou mais características comuns (a consangüinidade, a formação profissional, o "ideal espírita", alguns critérios morais de conduta, ou o simplesmente "estar de acordo conosco") e a tais semelhanças dedicamos o nosso amor.


A ética de Jesus Cristo, porém, é ética da diferença. A orientação dele, explícita e multiplicada nos textos que restaram, é a de amar os inimigos, de reconciliar com o adversário, de ser o menor, de não resistir ao mal, de amar o próximo. É evidente que o cristianismo, na medida que se institucionalizou, esqueceu-se dessa ética e a modernidade dentro da tradição judaico-cristã se construiu no paradigma da sociedade dos iguais, sendo, talvez, o sindicato e a religião os exemplos modelares dessa institucionalidade, o primeiro, na defesa corporativa dos interesses e das idéias dos comuns, e, a segunda, no projeto de exclusão dos diferentes e de conversão do mundo à mesmidade.


É preciso, neste momento, esclarecer que uma ética da diferença não é, nem pode ser, contrária à luta pelos direitos humanos, que é luta por igualdade de condições e de direitos. A igualdade aqui criticada é a das homogeneizações e a da exclusão; e, por conseguinte, a diferença aqui defendida não é a postulada pelas posições neoliberais, que usa a diferença como critério de exclusão. Diferença, amigos queridos, não é o mesmo que desigualdade. Aceitar a diferença do outro é justamente o contrário de expulsá-lo de nosso convívio por causa da diferença dele. Eis porque, sob esse ponto de vista, poderíamos postular que uma ética da fraternidade com base na diferença é também uma ética da igualdade relacional: tratar o outro como igual é respeitar a diferença dele; aceitar sua diferença é observar a diferença dele em termos de direitos iguais aos nossos. Igualdade e diferença, pois, numa perspectiva relacional, são faces da mesma moeda, são conceitos dialéticos.


A fraternidade é, pois, mais do que a relação entre iguais. Esse conceito reducionista de fraternidade serviu de argumento para os cruzados da Idade Média se unirem para arrasar os muçulmanos e tomar-lhes as riquezas (e, claro, também para que os muçulmanos fizessem o mesmo com os cristãos).


Eis que, então, podemos partir para uma definição fundamental e axiomática. Fraternidade é a relação pacífica e inclusiva com a diferença do outro.
(Fonte:

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Programação do Seminário com Signates



13h30 Recepção Recepção aos participantes


13h45 Abertura Apresentações


14h Palestra/ Jesus e a alteridade: a singularidade do Sermão da Montanha


15h Palestra/ Kardec e a alteridade: o exemplo do codificador para a ética espírita.


16h Lanche Intervalo de 30 minutos


16h30 Palestra/ Saberes e religiosidades: a fraternidade como experiência de ouvir e aprender


17h30 Palestra/ Espiritismo e globalização: a inserção social espírita como fator de transformação humana


18h30 Encerramento - Palavras finais..

domingo, 9 de agosto de 2009

Reunião de Facilitadores do ESDE

Ao final do mês de julho tivemos uma reunião entre os facilitadores dos Grupos de ESDE do IETRD sob a direção do coordenador do Departamento de Recursos Humanos, Léo Indrusiak. Nessa reunião fraterna e dialógica, fizemos uma partilha dos saberes apresentados nas oficinas do Encontro Estadual de Coordenadores de ESDE - promovido pelo setor correspondente da FERGS. De forma prazenteira trocamos impressões e procuramos identificar, no material apresentado, aquilo que poderia contribuir com a identidade de nossa proposta de trabalho no campo dos Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita. Nas fotos abaixo você pode visualizar a equipe reunida para o proveitoso encontro: